
Sobre
O projeto teve enfoque nos meliponicultores que adotam tecnologias de monitoramento, demontrando um compromisso com a qualidade e com a preservação das abelhas. Dessa forma, o produto facilita o manejo, agrega valor ao produto final, atende as demandas do consumidor consciênte e preserva a saúde das espécies nativas.
O artigo da pesquisa foi apresentado no "IX Simpósio de Design Sustentavel" e publicado na Revista Transverso, a leitura completa está disponível no botão abaixo.
Meliponário modular com sistema de monitoramento automatizado, com foco na criação e preservação das abelhas nativas brasileiras, agregando ao método de divisão de enxames com perturbação mínima para abelhas sem ferrão.
Cliente
UFSC
Ano
2023
Orientadora
Ana Verônica Pazmino
Metodologia
A abordagem central do projeto foi o Design Thinking, descrito por BROWN (2009). Foca-se na transformação da necessidade em demanda, compreendendo que, frequentemente, o usuário adapta-se a situações desconfortáveis pela ausência da visão de melhoria.
Imersão
Foram realizadas pesquisas detalhadas sobre a biologia das abelhas sem ferrão, suas estruturas naturais e artificiais, além de uma análise aprofundada dos modelos de meliponários já existentes, como o modelo INPA. Também foram identificadas as principais necessidades do público-alvo, incluindo desafios como o manejo adequado, pragas, condições climáticas e a falta de modularidade nos sistemas disponíveis.
Ideação
A ideação trouxe à tona diversas possibilidades criativas. Inspirado por referências naturais e culturais, como os grafismos do povo indígena Kayapó, o projeto buscou equilibrar funcionalidade e estética, desenvolvendo um conceito modular que favorecesse tanto a customização quanto a praticidade no manejo. As soluções foram refinadas com base em feedbacks e testes, garantindo que o produto atendesse às necessidades práticas dos meliponicultores enquanto promovia a preservação das abelhas sem ferrão.
Prototipação
Os módulos internos foram confeccionados em madeira não tratada, garantindo segurança para as abelhas, enquanto os módulos externos foram produzidos com PLA Wood, utilizando impressão 3D para maior durabilidade e proteção contra intempéries. Sensores integrados possibilitam o monitoramento remoto de dados como temperatura, umidade e peso, promovendo um manejo mais assertivo e minimizando as perdas de colônias. Esse processo culminou em um produto inovador, que une tecnologia, sustentabilidade e design focado no usuário.
Design
Descoberta
Resultado
O Problema
Falta de Praticidade
Leitura adequada do estado do ninho e ações condizentes são feitas apenas pela observação in loco. Necessidade de adaptação dos meliponários de acordo com a estação do ano e a espécie,
Falta de Assertividade
Gera cenários inesperados na criação de abelhas, pondo ninhos em risco pela falta de manejo adequado.
Esfraquecimento das Espécies
Perda dos ninhos, colônias sendo constantemente substituídas, constribuindo para um ciclo de enfraquecimento e desaparecimento na natureza.
A Pesquisa
Fatores biológicos
Meliponíneos são abelhas com ferrão atrofiado, nativas do Brasil. Constroem ninhos peres em ocos de árvores e as estruturas que constroem, bem como seus tamanhos, variam de acordo com a espécie.
Seus favos de cria localizam-se no centro do ninho, concentrado, empilhados e compactados, suas proporções variam de acordo com a espécie ou espaço disponível. Seu arranjo varia de acondo com o gênero, algumas espécies constroem cachos, enquanto outras formam discos em camadas ou espirais.
Seus ninhos naturais organizam-se verticalmente, em três setores principais.
Ninho
Deve estar situado na base, apresentar um orifício de 2 cm de diâmetro, para a entrada e a saída das abelhas, simulando as entradas dos ninhos naturais. Não deve estar em contato com o chão.
Sobreninho
Realiza a divisão da colmeia, isolando os favos de cria para a multiplicação de ninhos.
Melgueira
Acima do sobreninho e tem o papel de simular as áreas naturais de depósito de alimento.
A Pesquisa
Fatores mercadológicos
INPA
O modelo ambiente artificial vertical mais utilizado é o INPA, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), cada caixa possui uma entrada lateral para as abelhas, além de tampa removível para acesso interno e um sistema de ventilação, que auxilia na regulação da temperatura e umidade internas. Apresenta andares removíveis para a multiplicação/divisão de enxames.
Dessa forma, simula o fenômeno natural de enxameação das abelhas, que procuram ambiente propícios para continuarem expandindo seus ninhos.
Uso dos meliponários verticais
Transferência das caixas com as melgueiras ou sobreninho para outras estruturas
As abelhas trabalham em colônias adjuntas enquanto realizam a mudança de espaço
Multiplicação de colônias
O desafio
Foram desenvolvidos sketches para a geração de alternativas, descobrindo e explorando ideias aliadas aos conceitos e à inspiração visual de ninhos naturais de abelhas sem ferrão, artesatos e grafismos Kayapó.

Conclusão
Foi desenvolvido um produto passível de teste na Cidade das Ablehas, em Florianópolis, explorando o potencial da proposta projetual e demarcando um panorama de desenvolvimento contínuo do projeto para futuras pesquisas sobre ASF.
A materialização foi desafiadoraa devido às diferentes especificações para o bem-estar das espécies.





